Reflexões sobre Competência em Informação em tempos de pandemia (06)

20/08/2020 20:41

Neste texto, a autora alerta que ter acesso a informações que afetam a sociedade e a partir delas agir em prol da coletividade é uma das atitudes para o desenvolvimento competência da informação, impactando positivamente no bem-estar da coletividade.É um dos textos produzidos por pós-graduandos (mestrandos e doutorandos) da disciplina PCI410043 – Competência em informação, semestre 2020-1. Nesta nova postagem, trazemos a reflexão escrita por

Jaciara Paula Casagrande, mestranda, PGCIN

jaci.casagrande20132@gmail.com

Na atual sociedade da informação em que vivemos, precisamos aprender a lidar com a sobrecarga de informações que chegam sem parar. Como relata De Masi (2019, p. 212), “nós vivemos emaranhados em uma meada de informações planetárias, obrigados diariamente a desenrolá-la, simplificá-la e decodificá-la”. Com esse bombardeio informacional, ser competente em informação é essencial para poder assimilar os conteúdos, distinguir o que é relevante e a partir disso tratar essa informação da forma correta e melhor possível para sua guarda e posterior recuperação. Em meio a toda a informação veiculada, grande parte são notícias que chegam todos os dias com grande frequência. Nos tempos conturbados nos quais estamos vivendo, com o surto do coronavírus e a quarentena como medida principal de evitar a sua propagação e maiores danos na humanidade, a maioria das informações que aparecem são preocupantes e nos deixam alarmados. Além disso, esse cenário é propício para o surgimento das fake news, que abalam a estrutura de equilíbrio que a sociedade precisa para viver em harmonia. Dessa forma, um grande impacto psicológico e emocional acaba acarretando incertezas e ansiedades. Acredito que ser competente em informação englobe também saber filtrar essas informações e ter a capacidade de tratá-las e divulgá-las de forma esclarecida e sem sensacionalismo, com o intuito de ajudar a população e diminuir o impacto negativo que possam causar. Ainda segundo De Masi (2019, p. 212), “dar e receber informações precisas contribui para a harmonia coletiva e para a felicidade individual”. Em relação ao que foi citado, mostra-se a necessidade em lidar com a desinformação que gera muitas vezes incertezas, podendo causar pânico. Costumamos temer o desconhecido e temos um reflexo de autopreservação, que em meio aos acontecimentos atuais, as situações podem levar ao individualismo, prejudicando assim a coletividade. Assim, notou-se a necessidade que a população demonstra em ter alguém no poder que opte por medidas que favoreçam o bem da coletividade. Essas figuras de poder precisam ser, acima de tudo, competentes em informação, para saber diagnosticar com base nos acontecimentos globais o que é melhor para o coletivo e aplicar para sua população. Ter acesso a informações que afetam a sociedade e a partir delas agir em prol da coletividade é uma atitude exemplar, na qual aplicam-se as habilidades, dentre elas a “capacidade […] de mobilizar recursos visando abordar e resolver situações complexas”, relatada por Moretto (2009), que são referentes a competência da informação, impactando assim positivamente no bem-estar da coletividade.

Referências: DE MASI, Domênico. Uma simples revolução. Rio de Janeiro: Sextante, 2019. 368 p.

MORETTO, Vasco Pedro. Planejamento: planejando a educação para o desenvolvimento de competências. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.